Investimentos alternativos — Renda fixa acima de 500% do CDI

Uma das regras do investimento antifrágil é não perder muito tempo com renda fixa — ela não vai deixar ninguém rico. Mas isso não significa que ela deva ser negligenciada. Com a queda dos juros e alguns títulos de renda fixa rendendo menos do que a inflação em 2020 (IPCA: 4,52% vs. CDI: 2,75%), é necessário buscar títulos de renda fixa que cumpram o seu papel no portfólio: ser uma reserva de dinheiro protegida da desvalorização da moeda.

Essa reserva é importante para dois objetivos:

  • ser uma base segura para momentos únicos (sejam emergências pessoais ou oportunidades imperdíveis de realocação de capital, como crise na bolsa)

  • rendimento previsível e passivo do capital ganho em (e retirado de) de investimentos voláteis

Um exemplo perfeito seria a jornada do Bitcoin em 2020 e início de 2021. Digamos que, em março, você tinha 40% do capital em renda fixa, 40% em bolsa e 20% em Bitcoin. A criptomoeda despencou mais de 40% no seu valor em reais; para quem acredita na moeda e tinha condições financeiras, era um momento ótimo para comprar mais e tentar retornar às porcentagens originais do portfólio — e esse capital poderia ser retirado da renda fixa, que teve menos sobressaltos.

A trajetória explosiva do BTC/BRL em um ano

Do fundo da crise do COVID-19 até o início de 2021, o BTC valorizou quase 1.000%! Essa trajetória certamente voltou a desequilibrar as alocações dos ativos em sua carteira, e é uma oportunidade para aportar esse capital em ativos menos voláteis e manter os lucros.

(A mesma coisa aconteceu na Bolsa, mas de forma menos volátil. Ainda justificou o rebalanceamento do portfólio)

Digamos que você comprou 1 BTC em março; em janeiro de 2021, teria cerca de R$ 200.000,00; anos atrás, seria fácil encontrar aplicações que rendessem 1% ao mês para aportar esse capital e aproveitar esse rendimento. Hoje, como vimos, a situação é diferente. Aportar esse rendimento de forma negligente significa perder dinheiro para a inflação.

Mas nunca podemos subestimar a criatividade humana em situações em que os incentivos são fortes o suficiente. Finanças é uma delas. Existem incontáveis oportunidades e mecanismos para quem quiser procurar . É só nunca esquecer da regra geral: o investimento vai te pagar pelo risco que você estiver disposto a correr.

Os riscos, no entanto, continuam sendo adequados ao que se espera da renda fixa — se você souber um pouco o que está fazendo. Essa é a intenção dessa série, em que vou apresentar algumas novas oportunidades de investimento relativamente estável e muito mais rentáveis que os obsoletos Tesouro Direto, CDB, LCA, LCI, Debêntures…

Aqui vale uma observação: todo título de renda fixa é, no fundo, um empréstimo: no Tesouro Direto, você empresta dinheiro para o governo; em títulos como CDB, seu dinheiro vai para o banco utilizar (e provavelmente fazer empréstimos com juros maiores para outras pessoas e empresas); nas debêntures, seu dinheiro vai ser emprestado para uma empresa. Utilizando esse conceito, vários investimentos alternativos que estão surgindo se encaixam nessa definição, e é assim que serão considerados para compor nosso portfólio, porém rendendo sempre mais de 500% do CDI, com possibilidade de pagamentos recorrentes mensais.

Se você tem interesse em conhecer esses ativos alternativos, é só se inscrever abaixo e me seguir no instagram: @PortfolioAntifragil.

Até lá, bons investimentos.